sábado, 27 de dezembro de 2008

Saudade de irmã!

Esse é um depoimento da minha querida cunhada e irmã Lidia.

Ritinha, várias vezes você pediu que eu escrevesse alguma coisa no EFAPAXLOVE, e como já lhe falei, desde aquele dia tenho tentado fazê-lo, mas só pensar nele me fazia chorar muito. Cada dia tentava passar um pouquinho da dor e das lembranças para o papel. Saiu o que segue abaixo, provavelmente sem muito sentido, lógica, coerência. Mas é exatamente essa a sensação que ficou. Beijos, e conte comigo quando quiser, sua cunhadinha sempre, Lídia. 21/12/2008. "Seria fácil falar de você, não fosse a dor que sua partida nos deixou. O dia vai chegar em que conseguiremos lembrar de você com alegria, rindo e rachando o bico com suas tiradas incríveis. Por hora não. Por hora são as lágrimas que persistem. É a perplexidade, a impotência, a tristeza, o vazio...Aquela manhã vinha cheia de esperança. Você faria o exame e na sequência (como você sempre dizia) passaria no médico. Depois era só partir para o tratamento. Íamos passear bastante aquele dia, foi a última coisa que você me disse. Na verdade a penúltima, porque a última coisa que você me disse nessa vida, por telefone, minutos antes foi:"Obrigado, Lí." A gratidão era uma das muitas virtudes que você tinha.Aquele dia seria só nosso. Você, a Ritinha e eu faríamos tudo que fosse preciso para que você se curasse. Estava tudo certo, tudo combinado. Estava tudo agendado...Não estava!!! Na agenda de Deus a programação era outra. Não haveria exame, nem tratamento. Também não haveria Natal, nem Reveilon, nem Carnaval. E, ainda, não haveria gravidez, nem bebês, nem Escócia. Aquela manhã de sexta-feira, com um trânsito caótico por conta da proximidade do Natal parou para nós. O que ali se passou ficará para sempre na nossa memória, bem como a garra e a esperança da Ritinha até o último momento. Como alguém tão saudável, brincalhão, da paz, do bem, pôde ir embora daquela maneira?Que bom que você levou a vida fazendo o que gostava e da maneira que queria, sem dar muito ouvidos à minha insistência para que prestasse concurso, ou trabalhasse em outra área.Os momentos bons são inúmeros, só dói serem apenas lembranças. Na nossa última festa junina você estava impossível. Nossos aniversários, Natais ou mesmo encontros casuais sempre ficaram melhores com sua presença. Que bom que você só deixou lembranças boas, embora carregadas de dor são elas que às vezes nos fazem rir quando estamos em família. A certeza de que o tempo é relativo nunca se fez tão presente. Um tempo que passa arrastado apenas para cumprir seu papel, atropelando os dias e as horas. E hoje estamos aqui a quase um ano daquele dia que parece tão perto e ao mesmo tempo tão perdido e tão fora de ordem.Irmão, você queria tanto que eu e a Ritinha fôssemos amigas, e aqui estamos nós duas sem você, e ao mesmo tempo, com você. Para unir, para lembrar, para sentir. Perdi um irmão e ganhei uma irmã. Você disse que quando o pai morreu tudo que a gente fizesse para a mãe, estaríamos fazendo para ele também, porque os dois eram uma só carne. Sinto falta da Ritinha, procuro ligar, conversar, passear. É, irmão, você tinha razão, ela tem muito de você e estar com ela é uma forma de estarmos com você. Pra você todo o meu carinho, meu amor, meu respeito e minha saudade para sempre."

2 comentários:

Priscila Lilith disse...

lindoooo *-*
amo vcs!

Cibele Lima disse...

Algumas experiencias são impossíveis de ser compreendidas quando nao acontecem na própria pele. Mas com o Lu tudo foi diferente... senti e sinto sempre que, de alguma forma, encontro vocês. Até mesmo agora,ao ler o que Lídia escreveu, e tudo o que a Ritinha sempre escreve, percebo que ele está em cada um de vocês...

Essas palavras são lindas, embora a saudade ainda faça encher os olhos enquanto leio.

bjs Ci